segunda-feira, 3 de outubro de 2016

População da Colômbia rejeita tratado que daria às FARC condição de partido político convencional

Os eleitores da Colômbia decidiram, em referendo, a recusa ao tratado que daria às FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) o status de partido político convencional. A proposta de "acordo de paz" integraria os guerrilheiros à vida política do país como "mais um partido" - o movimento marxista atua há mais de três décadas pela implantação de um regime comunista no país sul-americano. O atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, apesar de sua atual aproximação com a guerrilha, foi eleito com a bandeira "no más FARC" ("não mais FARC"), e havia indicado políticas mais severas contra o movimento totalitário.

As FARC foram fundadas em 1964, como o braço armado do Partido Comunista Colombiano. O grupo é apenas uma das guerrilhas marxistas que atuam no país - outras dissidências do Partido Comunista também ingressaram na luta armada pela implantação de um governo de modelo leninista. A guerrilha é uma das integrantes da organização conhecida como Foro de São Paulo, que atua como a coordenação estratégica do movimento comunista latino-americano e liga as FARC a outras organizações da esquerda no continente, como o Partido Comunista Cubano, o Partido Socialista Unido (da Venezuela de Maduro) e partidos da esquerda brasileira, como o PT, o PC do B e outras siglas importantes.

O principal motivo da rejeição ao projeto de integração das FARC à vida política colombiana foi a responsabilidade da organização em mais de 260 mil homicídios, ao longo da guerra civil revolucionária. Os eleitores do país entendem a proposta como uma traição e uma concessão perigosa ao grupo narco-guerrilheiro. As FARC também são uma das principais organizações responsáveis pelo tráfico de cocaína e outras drogas no continente americano.

A proposta de Juan Manuel Santos incluía anistia à maioria dos narco-guerrilheiros pelos homicídios e sequestros cometidos em nome da ideologia. A proposta ainda possibilitaria ao grupo marxista disputar eleições para o parlamento colombiano. Em contrapartida, as FARC se comprometeriam a abandonar as armas e o tráfico de drogas (principal fonte de recursos para o movimento comunista).

Mais sobre o tema - reportagem da BBC sobre a recusa ao referendo que daria às FARC a possibilidade de disputar eleições para o parlamento colombiano:

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