segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Editorial - As FARC e a América Latina

As FARC são uma das organizações guerrilheiras mais antigas do continente. Seu objetivo - como o de qualquer partido comunista - é implantar um regime de modelo marxista-leninista, sem qualquer possibilidade de tolerância à dissidência política, sem qualquer perspectiva de respeito à liberdade individual, seja ela de expressão, de ir e vir ou religiosa, e sem qualquer apreço pela democracia, que não seja, naturalmente, o bom e velho "centralismo democrático" do punho de ferro da ditadura burocrática. A resposta dos colombianos aos narco-guerrilheiros foi apenas um ato de defesa contra uma legítima horda de assassinos: exatamente o grupo de cidadãos que não se importam muito com as "formalidades burguesas" da democracia.

O movimento guerirlheiro se sustenta com sequestros, assassinatos e toda a sorte de crimes, até mesmo contra minorias étnicas dentro da Colômbia. O tráfico de drogas é outra fonte de recursos para os "camaradas". A única comparação possível de ser feita com proposta de Juan Manuel Santos seria a legalização do partido nazista após o fim da Segunda Guerra Mundial. Como seria possível permitir a um movimento que tem por grande projeto a criação de um sistema totalitário genocida a disputa das eleições? Isto não é uma possibilidade. A lei, em uma sociedade que preza pelos mais básicos direitos de seus cidadãos, deve simplesmente expulsar movimentos dessa natureza da disputa pelo Estado. A mera promessa do regime marxista é um crime, é incitação ao genocídio e ao ódio. A liberdade não é negociável, e os colombianos entenderam o risco de permitir à corja de bandidos sequer um vislumbre do poder.

A América Latina, aos poucos, entende com quem está lidando, quando vê a ação dos integrantes do Foro de São Paulo. O movimento sofreu severas perdas na Argentina e no Brasil, e sua "vitrine" socialista está se desfazendo em miséria, na Venezuela. Os países da região têm populações pacíficas, amantes da prosperidade e da liberdade - o sonho da maioria de seus cidadãos é viver em uma nação industrializada e próspera, e não sob a tirania do partido único. Os eleitores não querem um "grande timoneiro", um "vozhd" ou um "condutor" à moda Ceausescu. Os latino-americanos querem voz, riqueza e uma chance de permanecerem no mundo ocidental, bem longe do despotismo insano, violento e seco do marxismo. O voto contra as FARC é um "não" ao flagelo da humanidade.

Os caminhos da Colômbia podem servir de exemplo para a América Latina, que está cada vez mais propensa a fugir da demagogia totalitária. Os protestos na Venezuela, a nação vizinha abatida pela mais profunda pobreza, são ecos do medo no coração de cada habitante do continente. Os povos da América do Sul e da América Central não querem mais propaganda, tampouco "comandantes", "grandes líderes". Querem apenas buscar um valor: a liberdade.

Mais sobre o tema - Paulo Eduardo Martins fala sobre o Foro de São Paulo e as FARC

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