Para a jornalista Joice Hasselmann, o objetivo do "acordão" realizado durante a última etapa do processo de impeachment tem o objetivo de recolocar Dilma Rousseff na política e retirá-la do alcance do juiz Sérgio Moro, que prendeu diversos aliados do Partido dos Trabalhadores. Na opinião da colunista, "o grande acordo feito entre o PMDB, Dilma Rousseff e a turma do PT - com a anuência e apoio de Ricardo Lewandowski - salvou a ex-presidente de ficar inelegível".
A comentarista explica que "durante a avaliação feita pelo Senado do processo de impeachment, os delitos da ex-presidente tiveram avaliações separadas. O processo foi dividido - o processo de impeachment foi considerado paralelo à possibilidade de retirada dos direitos políticos da petista. Ela sofreu o impeachment. com 61 votos. Depois disso, foi avaliado o texto que tratava da inelegibilidade - nessa etapa, a classe política realizou o acordo".
Conforme a avaliação de Joice Hasselmann, foi concretizado um acordo entre a facção que é aliada de Eduardo Cunha e a que é simpática a Dilma Rousseff, com a intenção de preservá-los, uma vez que ambos poderão enfrentar condenações por crimes de corrupção. Ao perder o cargo de presidente da república, Dilma Rousseff passaria a estar ao alcance da justiça comum, que iria oferecer tratamento mais severo do que o encontrado por integrantes do partido no Supremo (que possui a maioria de seus ministros nomeados ou por Lula ou pela ex-chefe do Executivo).
"Na hora do abraço dos afogados, os arqui-inimigos deram as mãos um para o outro para tentar a salvação. Ao invés de termos a chance de varrer Dilma Rousseff da vida política para todo o sempre, foi dado a ela um fio de esperança, para que ela candidata ou ao governo do Rio Grande do Sul ou ao Senado, nas próximas eleições. O acordão foi liderado pelo próprio Renan Calheiros, que antecipou o voto [favorável a Dilma Rousseff]", conclui a escritora.
Assista na íntegra ao vídeo disponibilizado no canal Joice Hasselmann:
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