Um trecho de entrevista publicado nas redes sociais mostra o ditador cubano Fidel Castro, que morreu na última sexta-feira, argumentando a favor da censura aos meios de comunicação, como a aplicada no país caribenho. Na opinião de Castro, "o governo de Cuba não possui o mesmo conceito de liberdade de expressão existente nos países ocidentes. É impossível surgir, em Cuba, um jornal que faça críticas ao socialismo". Por ocasião da morte de Castro, o regime cubano foi acusado de promover fuzilamentos e torturas contra dissidentes. O vídeo foi disponibilizado com legendas em português pelo canal Embaixada da Resistência, do Youtube.
Conforme a entrevistadora, em Cuba, "os jornais, as rádios, as redes de televisão e as produtoras de filmes são propriedade do Estado. Nenhuma dissidência ou oposição é permitida na comunicação social". Ao comentário, o ex-ditador responde: "nós não temos as mesmas concepções. Nós não temos o mesmo conceito de liberdade de imprensa existente nos Estados Unidos. Eu digo isso abertamente. Não tenho que esconder nada. Se nos perguntarem se aqui pode aparecer algum jornal contra o socialismo? Sinceramente, isso não pode surgir".
O sistema de censura aplicado no regime comunista cubano é similar ao que foi colocado em prática na extinta União Soviética, através da agência governamental conhecida como GlavLit. O sistema socialista, com inspiração na teoria marxista, afirma que todos os meios de comunicação devem ser propriedade Estatal, em concordância plena com as diretrizes estabelecidas pelo Partido Comunista. O modelo também é aplicado na República Popular da China e na República Democrática Popular da Coréia (Coréia do Norte) - os dois são governos que seguem a ideologia marxista-leninista. A proposta dos regimes totalitários sugere que há unidade de interesses entre o partido dominante e o proletariado - conforme Lenin, o partido representaria a "vanguarda do proletariado", e qualquer crítica á organização seria uma crítica direta à classe trabalhadora. A partir da justificativa ideológica, o sistema cubano predeu e executou grande número de opositores, desde a revolução que colocou Fidel Castro e seu irmão, Raúl, no poder.
A estimativa oficial aponta que cerca de 20.000 pessoas foram executadas pelo regime comunista cubano, e muitas outras foram encarceradas e submetidas a trabalhos forçados pelo sistema. Organizações como a Anistia Internacional denunciam a persistência da opressão governamental contra grupos oposicionistas ou que reivindicam melhores condições de vida para os críticos do partido dominante.
Em vídeo - Fidel Castro fala sobre a censura em Cuba:
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