A reforma da previdência, considerada necessária pelo governo e pela oposição, está sofrendo críticas de ambos os grupos - os defensores da tese liberal afirmam que as modificações não alcançam militares e que os gastos governamentais continuarão altos, mesmo com as novas regras, especialmente nos altos cargos da administração pública e nos cargos comissionados, que existem em grande quantidade e com grandes remunerações. Os adversários da proposta afirmam que a mudança pesará mais sobre os trabalhadores com piores condições de renda.
Para os defensores da reforma, a necessidade de mudanças no sistema de aposentadoria é urgente - o governo brasieiro está severamente endividado, e a seguridade social não oferece mecanismos de arrecadação que acompanhem os gastos. Para os reformistas, a comparação com "esquemas Ponzi" é válida - essa modalidade de fraude beneficia seu iniciador absorvendo recursos financeiros de "sócios", que não conseguem recuperar seus recursos com uma prometida continuidade da operação. Ao mesmo tempo, a aposentadoria no Brasil beneficia injustamente os funcionários dos altos cargos da administração pública - com destaque para os ocupantes de empregos estatutários. Os estatutários recebem aposentadoria integral, ao contrário de todos os trabalhadores brasileiros, e os salários desse grupo do funcionalismo público podem alcançar valores superiores a R$25.000,00 reais por mês - muitas vezes mais do que o máximo oferecido pelo INSS. O volume dos gastos nesse mecanismo de aposentadoria é apontado como uma das razões para a superação do endividamento do país.
Os críticos das mudanças, todavia, afirmam que a proposta irá preudicar muito mais os trabalhadores em piores condições financeiras - pessoas com melhores salários poderão beneficiar-se de mecanismos de aposentadoria privada. Para todos os trabalhadores que não estão no modelo "estatutário", a única forma de receber uma aposentadoria similar ao valor recebido pelo salário é através de alternativas em instituições bancárias. O combate ao endividamento do Estado, na opinião dos críticos, também poderia ser conseguido através das reduções dos salários dos cargos mais bem-remunerados do setor público. Críticos e reformistas também sugerem que os benefícios de outras naturezas oferecidos à alta administração são um problema. A proposta de reforma foi qualificada como "drástica", tendo em vista a amplitude das mudanças.
A Rádio Jovem Pan realizou debate sobre o tema - confira na íntegra a discussão sobre a proposta de reforma do sistema de aposentadoria do Brasil:
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