Nas manifestações do último domingo, Renan Calheiros, líder do Senado, foi duramente criticado. A expressão de revolta popular contra o político foi comparada com "o que ocorreu com Eduardo Cunha", há poucos meses - o ex-deputado foi condenado à cadeia, pelo juiz Sérgio Moro, aclamado nas demonstrações populares. Calheiros foi criticado por decisões políticas entendidas por seus críticos como "manobra para restringir a ação do Judiciário", que levou à prisão de lideranças políticas importantes, em decorrência das investigações da Operação Lava Jato.
De acordo com o site de notícias "Folha Política", Calheiros teria sido "humilhado" pelas manifestações populares. O senador estaria "completamente desmoralizado" - o site de notícias GloboNews informa que o político não participou de forma significativa dos trabalhos do Senado, nesta segunda-feira. Os veículos de comunicação destacam a semelhança entre o que ocorreu com Eduardo Cunha e o processo de "desmantelamento" do sucessor à presidência, que foi, hoje, afastado de seu cargo, em decorrência das investigação que podem levar à sua detenção.
O jornal Zero Hora destaca que Calheiros foi "o alvo" principal das manifestações de massa - a revolta popular teria sido instigada pelos esforços de Renan Calheiros para aprovar o pacote de medidas que iria instituir, conforme os críticos, severas restrições à atividade do Judiciário e das polícias, em investigações de crimes de corrupção como os revelados na Operação Lava Jato. Calheiros foi acusado de coordenar com a Câmara a aprovação da "lei contra o abuso de autoridade" - a casa também possui grande quantidade de políticos investigados pela Polícia Federal. O juiz Sérgio Moro, que ganhou desaque pela punição a diversos nomes importantes da política nacional, criticou severamente o projeto de lei, e afirmou que, na redação apoiada por Calheiros, a norma iria instituir o "crime de hermenêutica", visto como prática comum de regimes autoritários.
O parlamentar foi severamente criticado por lideranças como Ronaldo Caiado e Cristovam Buarque - Caiado afirmou que a votação favorável à lei que instituiria o "crime de hermenêutica" seria uma "afronta" à opinião do povo, e que o Legislativo enfrentaria resposta severa através de manifestações populares.
Mais sobre o tema - reportagem da Rádio Jovem Pan sobre as manifestações:
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