O regime venezuelano continua sendo abalando por grandes protestos populares que pedem o fim da ditadura de Nicolás Maduro - as manifestações ocorrem desde os últimos meses do governo de Hugo Chávez, e pioraram com o governo sucessório, que é visto com mais desaprovção e como mais violento. O portal G1 informa, em matéria publicada ontem, dia 10, que os protestos estão ocorrendo em diversas cidades do país. A agência AFP afirma que ao menos um jovem, de dezessete anos, foi morto na última semana pelo governo, durante uma das manifestações.
No sábado, dia 10, ocorreram confrontos na capital do país socialista, Caracas, após uma tentativa, iniciada pelos militares bolivarianos, de impedir a organização de uma demonstração popular contrária ao atual governo. O regime acusa os manifestantes de "planejarem um golpe de Estado", que teria apoio dos "Estados Unidos". Os participantes do processo contestam a administração em decorrência da grave crise alimentar que atinge o país e da forte repressão contra críticos do regime. Neste ano, em cerca de seis semanas de protestos, mais de 40 pessoas foram mortas. Apenas no mês de abril, conforme o veículo ABC News, 1.500 pessoas foram presas por participação em demonstrações populares contrárias a Nicolás Maduro.
A crise política é apenas parte do problema venezuelano, uma vez que o país já solicitou auxílio às Nações Unidas para solução da crise de abastecimento de itens básicos de consumo, como alimentos e remédios. Saques a depósitos de alimentos foram registrados em todo o país, desde o início da crise econômica, inclusive a redes de varejo controladas pelo governo. A administração tenta controlar o problema através da criação de sistemas de racionamento e instituição de trabalho forçados no campo, para funcionários dos setores privado e público - esta decisão foi duramente criticada pela organização não-governamental Anistia Internacional.
Uma das principais exigências do atual movimento de oposição venezuelano é a libertação do líder oposicionista Leopoldo Lopez - o governo justifica a prisão política acusando o mesmo de "sabotagem" contra o sistema bolivariano. Os protestos também são organizados para pressionar o governo a reduzir a violência contra a população e para exigir o fim do governo de Maduro, considerado mais abusivo do que o de seu antecessor.
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